Blaze Wolf, surpreendente a cada dia.


                          
Tela: Velha guarda

                       Naquela noite fria do dia 16 de julho de 2016, a banda Na Marra uma das atrações da 3ª Noite Matuta Multicultural, promovida pelo Bistrô do Matuto ainda tocava quando eu vi um cara magro e alto, vestido com um sobretudo preto, cumprimentando a todos na calçada e ao ser apresentado a mim, não se limitou a um aperto de mão e me deu um abraço fraterno, algo que no momento me surpreendeu, por não o conhece-lo pessoalmente ainda.
                        Naquela noite onde com seu vocal gutural fez um show onde cantou doom metal, death metal e black metal. Junior Roots um amigo em comum, já havia me falado que ele se destacava nos desenhos, mas não imaginei o tamanho do seu talento nas artes plásticas.
                        Talvez por seu carisma. Talvez por sua humildade. Talvez por sua empatia com outros artistas e pessoas excluídas... não sei, só sei que sua arte tem chegado a muita gente, seja adquirindo suas telas e armas ornamentais, seja vendo e compartilhando nas redes sociais, o interessante e que sua arte tem se espalhado, tem ficado conhecida. Suas ideias expressas nos ângulos retos do cubismo que é um dos seu estilos favoritos de pintura, acabam sendo tão claras, tão evidentes que o exercício mental que o cubismo nos sugere, acaba sendo um prazeroso lazer.
                        Vou comentar o que sinto quando observo uma das suas mais recentes obras, intitulada VELHA GUARDA, que foi exposta pela primeira vez na festa de lançamento do São João da Serra Negra em Bezerros- PE, onde criou-se uma grande expectativa de como seria essa obra que até então não havia sido revelada.  
                         Mais uma pintura no estilo cubista, a primeira e instigante dúvida é sobre o astro que centraliza a parte superior do quadro, seria o sol, a marca do Nordeste sendo retratada na cor da luz  ou seria uma lua prateada e intensa, numa noite festiva ou, de acordo com as expressões faciais talvez seja uma noite de luto?
                         E esses personagens? Cangaceiros ou bacamarteiros? Fica a dúvida, já que alguns grupos de bacamarteiros usam trajes que imitam os cangaceiros.
E essas armas, bacamartes ou Carabinas Winchester as famosas e temidas ‘papo amarelo’? Sabe-se lá... Mas o que me impressionou foi a recordação que essas armas trouxeram dos facheiros e mandacarus, nossos cactos que tão bem nos representam.
                       A relação do autor do quadro com a música é algo que torna esse tema um dos mais retratados em suas obras, e geralmente o regional e cultural tem mais espaço que o underground do seu canto.
                      Por fim, gostaria de registrar a sua atenção: as minorias. Mulheres, são sempre retratadas, negros, mulatos, nordestinos são temas constantes. E nessa obra intitulada Velha Guarda, me sensibilizou ver homens de olhos verdes, azuis, negro e um zabumbeiro que quero crer tem olhos castanhos. Uma mostra da nossa miscigenação, um relato visual de que nós fomos formados e forjados com a mistura de diversas culturas e raças.
                      Um dos hobbies de Blaze Wolf é a produção de armas medievais, hobbie que também lhe garante alguma renda.

E falando em renda, tem uma pessoa que se preocupa com isso enquanto Blaze Wolf pinta, é sua esposa Janayna Mare que crescem juntos na mais bela simbiose. Caso deseje adquirir qualquer uma dessas obras dessa matéria ou saber mais sobre o artista, entre em contato com ela clicando aqui na página da BJ Art.
Janayna Mare e Blaze Wolf


Blaze Wolf e Lunas de Carvalho Costa expondo um
quadro no ponto de cultura Bistrô do Matuto
                          








 Por: Lunas de Carvalho Costa. 
Jornalista e Produtor Cultural

Comentários

  1. É um ser humano fantástico. Pessoa de coração e artista dos grandes. É uma aposta que tenho

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