Quem se importa se é pernambucana
De Alagoas ou mesmo
paraibana.
Se da cata do coco veio a
fama
Ou de massapê que sustenta
a cana
Ou de algum quilombo ficou
a rama
O coco de roda é nosso. O coco é a dança.
Ou na grota ou na boca de
uma gruta
Ou na sombra de um grande
juazeiro
Quando se escuta um chiado,
um chineleiro
Faz silêncio e ouve o verso
verdadeiro
É o xaxado a dança de
sertanejo
Cheio de versos cantada por guerreiros
Um de roupas coladas pra
aguentar
Arranhões que a caatinga
quer causar,
Outro de roupas frouxas sem
acouchar
Pois o calor da mata é de
lascar...
Mas com traje ou sem traje
eu vou xaxar
E o coco de todo jeito vou rodar
Quando vejo crianças
encantadas
E adultos com elas
extasiadas
Por estarem vestidas e enfeitadas
Como aqueles que antes labutavam
Percebo que esse torrão é fonte
Da cultura que pra chegar... só quer uma ponte
Autor: Lunas de Carvalho Costa
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