Chaique com farofa de quênto.
O meu café da manhã de hoje é com um alimento que começou a existir para atender as necessidades dos escravos e dos pobres a carne de charque ou simplesmente o charque como fala os sulistas.
Entre 1600 e 1700 quando Nordeste era a região mais rica e próspera do Brasil os produtores de carne que eram principalmente Ceará e Rio Grande do Norte começaram a produzir carne de charque principalmente para atender os mercados de Pernambuco, Paraíba e Bahia. Ainda hoje a charque é tão comum e versátil na dispensa do nordestino quanto o chapéu de couro do vaqueiro. Aí você deve estar perguntando: versátil como o chapéu de couro do vaqueiro? Digo isso porque quando era criança, vizinho a minha casa aqui em Bezerros – PE morava um senhor chamado Valdemar, era muito conhecido pois vendia carvão. Seu Valdemar usava um chapéu velho de vaqueiro e lembro-me de que uma menina da rua perguntou a ele porque ele usava aquele chapéu velho, ele em tom de brincadeira e com o exagero do herói Alexandre do livro de Graciliano Ramos disse: o chapéu de couro é tudo para o vaqueiro no sertão, se faltar caneco eu bebo água nele, se não tiver prato, serve de cuia pra botar a comida e se for cozinhar o feijão e não tiver um pedaço de charque ou toucinho de mistura, é só cortar uma tira do chapéu e deixar cozinhar com o feijão, é pequeno e duro pra aguentar os garranchos e espinhos na pega de boi no meio da capoeira, sem falar na função primeira do chapéu que é proteger a cabeça do sol e da chuva.
Entre 1600 e 1700 quando Nordeste era a região mais rica e próspera do Brasil os produtores de carne que eram principalmente Ceará e Rio Grande do Norte começaram a produzir carne de charque principalmente para atender os mercados de Pernambuco, Paraíba e Bahia. Ainda hoje a charque é tão comum e versátil na dispensa do nordestino quanto o chapéu de couro do vaqueiro. Aí você deve estar perguntando: versátil como o chapéu de couro do vaqueiro? Digo isso porque quando era criança, vizinho a minha casa aqui em Bezerros – PE morava um senhor chamado Valdemar, era muito conhecido pois vendia carvão. Seu Valdemar usava um chapéu velho de vaqueiro e lembro-me de que uma menina da rua perguntou a ele porque ele usava aquele chapéu velho, ele em tom de brincadeira e com o exagero do herói Alexandre do livro de Graciliano Ramos disse: o chapéu de couro é tudo para o vaqueiro no sertão, se faltar caneco eu bebo água nele, se não tiver prato, serve de cuia pra botar a comida e se for cozinhar o feijão e não tiver um pedaço de charque ou toucinho de mistura, é só cortar uma tira do chapéu e deixar cozinhar com o feijão, é pequeno e duro pra aguentar os garranchos e espinhos na pega de boi no meio da capoeira, sem falar na função primeira do chapéu que é proteger a cabeça do sol e da chuva.
Charque é versátil pois dá pra comer, assada, frita, ensopada, desfiada, ou até crua em uma bodega com uma dose de cachaça ou vinho de gengibre.
Que pena que com a seca dos três 7 em 1777 que durou até 1779 o rebanho do Nordeste foi quase todo dizimado, dando espaço para que produtores de charque migrassem o Rio Grande do Sul, que se estabeleceu até hoje como produtores desse alimento.
E a danada da charque apesar de ser comida de lascado era coisa importante pra nação, dava muito dinheiro pros gaúchos que enviava para o Brasil inteiro e alguns países da América Central. Só deu bronca quando Dom Pedro II aumentou muito os impostos aí, a charque da Argentina e do Uruguai ficava mais em conta, “quebrando as pernas” dos estancieiros gaúchos, os sulistas já andavam meio revoltado com o imperador disseram: Agora Tchê não tem mais jeito, vamos nos separar do Brasil. E começaram a guerra dos farrapos, você lembra né? Teve até minissérie na Tv : A casa das sete mulheres... Bento Gonçalves... Giuseppe... Anita... Garibaldi...
Pois bem hoje estou ostentando com charque na brasa e a guarnição é farofa escaldada de coentro e cebolinho e margarina fazendo bolo com as mãos, como gostava de comer minha vó paterna Mãe Chica.
Pra desintalar suco da casca de abacaxi, fruta da época
Feliz dia dos pais aos vocacionados a paternidade como eu...
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