Matheus
Aboiador dá palinha nos eventos da cidade e já ganhou a popularidade dos
habitantes de Bezerros.
Descreve
o Wikipédia que o Aboio é um canto típico do Nordeste brasileiro, comum
também no interior de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul .
Consiste em um canto sem palavras cantado pelos vaqueiros quando conduzem o
gado pelas pastagens ou para o curral. O aboio em versos é uma
modalidade de aboio que consiste em versos de temas agropastoris, de origem
moura, trazidos pelos escravos portugueses da Ilha da Madeira. Pois bem, uma
cultura que retrata as raízes nordestinas, bem lembrada numa música do Luiz
Gonzaga “A morte do Vaqueiro”.
Em
tempos da ‘cultura’ de músicas de ostentação, onde o apelo sexual é uma
constante nas letras apelativas, é de se espantar que um rapaz de apenas 17
anos passe a ser amante e disseminador da cultura do aboio em Bezerros e
região. A apresentação é dispensada, porque dificilmente um bezerrense já não
tenha ouvido falar do Matheus Aboiador, que por onde anda tem dado uma
palinha daquilo que ele mais gosta de fazer, que é recitar seus versos com o
típico canto nordestino, o aboio.
Multidão
ouve os aboios durante festa junina de Serra Negra, em Bezerros.
José
Mateus da Silva Monteiro, 17 anos, é estudante da Escola Eurico
Queiroz, onde cursa o 1º ano do ensino médio. Mora no bairro do Cruzeiro com
a sua avó, juntamente com um dos três irmãos. Ele nos revela que, mesmo com
uma vida urbana, com apenas oito (8 ) anos de idade começou a montar a cavalo
e a ouvir músicas de vaquejadas e aboios, graças as visitas que fazia a
um amigo na zona rual. “Então eu disse a mim mesmo que queria cantar também,
porque achava muito bonito e era o que realmente eu gostava de verdade. Deus
me deu inspiração e vir que esse era o meu dom verdadeiro que é cantar e
fazer versos”, revela. Matheus informa que o seu sonho é ser cantor de
uma banda de forró e que se inspira muito no cantor Buscapé, que
canta forró de vaquejada. “Outro que é meu ídolo incondicional é Cara veia.
Eu sempre queria cantar igual a eles devido as suas vozes e a multidão que
eles levantavam”.
A
paixão pela montaria à cavalo e as músicas de raízes despertaram a paixão
pela cultura aos oito anos de idade
E toda
essa referência deve-se a um sonho do rapaz: tornar-se cantor de uma
banda de forró, daquelas que canta vaquejada, onde os aboios também se
faz presente. E o Matheus já gravou até o seu meu primeiro CD e
aguarda uma oportunidade por parte de algum empresário do setor, que possa
investir em sua carreira. Perguntado pela reportagem se o estilo já
virou motivo de chacota dos amigos, Matheus não ‘arrodeia’: “já sofri por
essa mocidade de hoje que não a conhece o gênero da música, mas posso dizer
que muitos ficam impressionados pelo o que eu faço, como eu consigo fazer
isso que é o repente”, explica. Por outro lado, diz o aboiador, os versos
atraem a atenção da meninas. “Sou muito adorado por elas e quando canto
muitas ‘boysinhas’ aparecem dando em cima de mim”, diz em tom galanteador.
Mas no final, sem medo de errar na estatística, diz que 96% acabam
curtindo as suas apresentações, que se dá em momentos até inusitados, como
bloco de carnaval fora de época. “Em todas festas sempre tenho amigos
cantores que me dão uma força, deixam eu fazer participações, e sempre falam
no meu nome. É o famoso alô! Canto nos blocos, no meio da galera, trios e nas
festas junina de Serra Negra, onde após as participações os turistas querem
tirar fotos comigo”, comemora.
Mas nem
tudo é alegria na vida do Matheus. Ele nos revela que um problema sério de
saúde (rins) acaba dificultando um pouco a sua vida, seja no campo dos
estudos seja na sua vida artística. “Mas vou terminar o ensino médio e seguir
a minha carreira mesmo com as dificuldades que vir pela a frente e nunca
desistirei de cantar”, promete.
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Fonte: http://bezerroshoje.ne10.uol.com.br/ |
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