FETO CONSUMADO


FETO CONSUMADO


Deixa eu nascer quem sou.

Me deixa esquecer o que me ensinaram.

Que eu não sinta tristeza,

Para não mensurar nem achar na sua ausência, que preciso de alegria.

Quero ser gestado no limbo,

lambendo nuvens,

pra não chegar aqui devendo nada a ninguém,

nem favor.

Quero que se enganem comigo,

como aqueles que pensam que caju é fruta.

Não quero aprender falar.

Quero emitir o estalo do chicote.

E que os ouvintes sintam logo após,

a dor psicossomática de sua pele dona da flor.

Minha educação será igual um calção,

Que apenas esconda o que causa vergonha alheia.

Porque eu, eu não me envergonharei,

não verei o alheio.

Só olharei para o meu próprio umbigo.


Lunas de Carvalho Costa

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